ANAIS :: 30º EIA - Bauru/SP - 2015 - ISSN : 1983-179X
Resumo: P028

Poster (Painel)


P028

Efeitos de um programa de reabilitação vestibular em trabalhadores de um Serviço de Nutrição e Dietética Hospitalar

Autores:
LONGO, I.A.1, NUNES, A.D.M.1, ROCHA, C.H.1, MOREIRA, R.R.1, CASAROTTO, R.A.1, SAMELLI, A.G.1, NEVES-LOBO, I.F.1
1 USP - UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO

Resumo:
Resumo Simples

O impacto da tontura na vida social e, principalmente, na capacidade para o trabalho, continua em grande parte desconhecido. Tendo em vista a prevalência de trabalhadores com queixa de tontura e a reabilitação vestibular como opção para amenizar os sintomas de doenças primárias, foi proposta a realização de um programa de reabilitação vestibular em trabalhadores com queixas de tontura. O objetivo deste estudo foi verificar a eficácia de um programa de reabilitação vestibular nos efeitos provocados pela tontura e no Índice de Capacidade para o Trabalho de trabalhadores de um Serviço de Nutrição e Dietética hospitalar (SND). Esta pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética e Pesquisa da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Estudo do tipo ensaio clínico prospectivo. Participaram do estudo 12 funcionários do SND de um hospital universitário de São Paulo com queixa de tontura. Todos os participantes responderam a um questionário com dados sócio-demográficos e a três instrumentos de pesquisa, que foram reaplicados após o programa: 1. Dizziness Handicap Inventory (DHI): avalia a percepção dos efeitos provocados pela tontura. Composto por três aspectos: físico, emocional e funcional; 2. Índice de Capacidade para o trabalho (ICT): mede as capacidades física, mental e social para o trabalho de acordo com a percepção do sujeito; 3. Escala visual analógica (EVA): gradua o sintoma de tontura de 0 a 10. Posteriormente, foram realizados testes com a finalidade de identificar alterações motoras, circulatórias, de marcha, equilíbrio estático e dinâmico; e a manobra de Dix Hallpike, para descartar Vertigem Posicional Paroxística Benigna (VPPB), pois neste caso os sujeitos deveriam realizar terapia de reposição canalicular. O programa de reabilitação vestibular consistiu de oito sessões, com duração média de vinte minutos. Foram formados grupos com, no mínimo, três trabalhadores, em dois turnos do trabalho. Os encontros foram realizados durante a jornada e no ambiente de trabalho, em período acordado entre a chefia, os trabalhadores e os pesquisadores. Os exercícios realizados buscaram associar movimentos de olhos, cabeça e corpo em diferentes posturas e velocidades. Para a análise estatística foram utilizados o teste ANOVA One-way pareado e o teste Qui-quadrado (Teste Exato de Fisher), considerando-se valores de significância de p≤0,05. Como resultados, houve predomínio do gênero feminino (92%). A idade variou entre 43 e 65 anos, com média de 50,41 anos. As três subescalas do DHI foram comparadas quanto às pontuações iniciais e finais. Para todas (físico, emocional e funcional) e pontuação total, houve diferença estatisticamente significante entre as pontuações, sugerindo melhora em todos os aspectos. Com relação à própria percepção da tontura, avaliada através da EVA, foi observada melhora estatisticamente significante entre as pontuações inicial e final. Para o questionário ICT, apesar de ser notada diferença entre a pontuação inicial e final, não houve diferença estatisticamente significante. Nossos resultados sugerem que o programa de reabilitação vestibular utilizado foi eficaz na melhora da percepção de tontura, como demonstrado pelos três instrumentos utilizados no estudo.

Palavras-chave:
 tontura, saúde do trabalhador, reabilitação